quarta-feira, 19 de maio de 2010

Badeco

Badeco iniciou sua carreira no América, de Joinville (1965-1967). Depois defendeu o Corinthians (1967-1968), o América do Rio (1968-1973), em 1973 retornou a São Paulo para jogar Portuguesa de Desportos, onde permaneceu até 1978. Em seguida foi para o Comercial de Campo Grande e Juventude.
Um dos grandes ídolos da Lusa e capitão do time campeão Paulista em 1973, Badeco teve a carreira abreviada em razão de um "carrinho" dado pelo ex-jogador Paulo Roberto Falcão. "Eu jogava pelo Juventude, de Caxias do Sul, e estávamos enfrentando o Internacional, de Porto Alegre. Num lance enquanto protegia a bola o Falcão me deu um carrinho e rompi o tendão de Aquiles. Apesar da gravidade da contusão, não vi maldade no lance. Eu acredito que o meu tendão já estava com problemas pois alguns dias antes tinha feito duas infiltrações para aliviar as dores."
Badeco tem uma dívida de gratidão com o ex-jogador Marçal e o volante Dino Sani. "O Dino me orientou muito nos treinos, no Corinthians. Ele me posicionou. Dizia que assim não precisaria correr tanto. Falava da importância da preparação física e da maneira como deveria encarar a profissão. O Marçal cobrava o estudo. Na época, às vezes, ficava irritado com essas recomendações. Hoje dou muito valor aos dois".
Além dos clubes que defendeu, Badeco tem um carinho especial pelo Fluminense e pelo São Paulo. "O meu pai era jogador de futebol do América, de Joinville. Eu tinha uns quatro anos e o Fluminense do Rio foi na minha cidade enfrentar o América. Depois da partida o meu pai ofereceu um churrasco para a delegação do Fluminense. O Didi compareceu e me deu a sua camisa . Em 1957 ocorreu a mesma coisa. O São Paulo foi a Joinvile e depois do jogo o pessoal foi em casa e o Zizinho me presenteou com uma camisa", recorda Badeco. Quem se depara com aquele negro esguio, sempre elegante, 1m86 de altura, barba grande, fala mansa e português correto, nem de longe imagina as dificuldades que teve de superar para chegar até onde se encontra hoje.
Ivan Manuel de Oliveira, Badeco, hoje pode dizer que está com a vida estabilizada. Advogado formado pela Faculdade (hoje Universidade) de Guarulhos, Badeco prestou concurso para a Polícia Federal em 1982. Trabalhou no Serviço de Polícia Marítima, Aérea e de Fronteira durante 18 anos.É casado com Odete Ramos de Oliveira e tem três filhos, Édson Roberto de Oliveira, Marcelo Fabiano de Oliveira e Elvis Ricardo de Oliveira.
Após abandonar a carreira em 1981 iniciou uma outra atividade ligada ao futebol, a de treinador. "Eu comecei a carreira de treinador nos juniores, aqui na Portuguesa em 1981. Fui auxiliar-técnico do Mário Travaglini aqui na Portuguesa. Depois me transferi para o Bragantino. Em 1982 comecei a atuar na Polícia Federal e me afastei do futebol. Em 1998 retornei para dirigir os juniores e aspirantes da Portuguesa. Em seguida trabalhei no Osasco, Maringá e no ano passado estava no Mauaense". Nesse período de sua vida, Badeco em 1990 concorreu a uma cadeira na Câmara Federal pelo PSDB. Após uma campanha de quatro meses obteve 9.890 votos.
Badeco presidiu uma cooperativa de ex-jogadores, que aguardam uma oportunidade para trabalhar em uma das Escolas de Futebol da Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo. O apelido Badedo deve-se ao nome do peixe Badejo. Em Joinville o seu pai começou a ser chamado de Badejo, depois passou para Badeco. Quando o volante da Lusa começou jogar, ainda em Santa Catarina, recebeu o apelido de Badequinho. Ao se transferir para o Corinthians, o técnico Zezé Moreira se aproximou dele e disse: "Um crioulo forte e alto como você não pode se chamar Badequinho. Daqui para a frente será Badeco." Quando era criança o São Paulo foi jogar em Santa Catarina. Após a partida Zizinho lhe deu uma camisa do Tricolor. Anos mais tarde Zizinho foi seu treinador no América do Rio de Janeiro.

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