sábado, 28 de março de 2009

Décadas

Bobô, principal destaque do Bahia Campeão Brasileiro de 1988

No dia da Independência, sete de setembro, o Bahia enfrentou seu freguês de meia centena de partidas, o Vitória, tradicional adversário. Uma falha do zagueiro Estevam, que jogou no próprio Bahia, provocou a entrada livre de Bobô, que tocou na saída de Borges, apara fazer o único gol da partida, o primeiro triunfo do campeão brasileiro no tempo normal.

Evaristo de Macedo colocou no time o ex-junior Dico para atuar avançado, pedindo a Renato que caísse pela direita do ataque. Osmar jogou no meio campo junto com Bobô e o Bahia não agradou tanto a torcida, vencendo muito mais pela incompetência do adversário que por seus próprios méritos.

BAHIA (BA) 1 x 0 VITÓRIA (BA)
Data: 07/09/1988
Campeonato Brasileiro
Local
: Fonte Nova / Salvador
Juiz: Pedro Carlos Bregaldas (RJ)
Renda: Cz$15.206.200
Cartões amarelos: Luciano, Bobô, Rosinaldo e João Marcelo.
Gol: Bobô 08/1º
BAHIA: Ronaldo, Edinho, João Marcelo, Pereira e Paulo Robson; Gil (Zé Carlos ) , Bobô e Osmar; Renato, Dico e Sandro / Técnico: Evaristo de Macedo
VITÓRIA : Borges, Edinho, Estevam, Doroteo Silva e Luciano; Bigu, Bem Hur e Gérson; Isael (Rosinaldo), Hélio (Ederlane), e Hugo / Técnico: Orlando Fantoni.

Em 1939 o Atlético Mineiro possuía uma grande equipe e seu destaque era o atacante Guará, o “Perigo Louro”. Nessa partida, Guará sofreu séria contusão na cabeça. No fatídico lance, em uma disputa de bola pelo alto, o zagueiro Caieira acabou acertando a cabeça de Guará, que ficou cerca de três dias no hospital, inconsciente. Quando já estava consciente, recebeu a visita de Caieira, que lhe pediu desculpas, e o eximiu de culpa. Após sua saída do hospital, passou longo período afastado dos gramados e, em fevereiro de 1940, voltou a atuar pelo Galo. Disputou algumas partidas, mas sem a mobilidade de antes e acabou largando o futebol. A vitória alvinegra, por 1 x 0 passou despercebida por torcida e imprensa.

ATLÉTICO MINEIRO (MG) 1 x 0 CRUZEIRO (MG)
Data: 04/06/1939
Campeonato Mineiro 1939
Local: Estádio Antônio Carlos / Belo Horizonte
Árbitro: Fuad Abras (MG)
Gol: Paulista
ATLÉTICO MINEIRO : Kafunga; Lulu e Quim; Hugo Reis, Lola e Cafifa; Hélio Tarcia, Selado (Paulista), Guará (Itália), Nicola e Resende / Técnico: Evandro Becker
CRUZEIRO: Geraldo; Caieira e Canário; Souza, Juca e Caieirinha; Carlos Alberto, Geninho, Laerte, Bengala e Alcides / Técnico: Matturi Fabi

O ano era 1963. Bicampeão em 61-62, o Ceará lutava pelo seu primeiro tricampeonato. Do outro lado, o Ferroviário, com apenas três títulos até então. No entanto, naquele dia 1º de dezembro, os corais jogavam pelo empate para conquistar o turno e impedir o título alvinegro. O palco era o estádio Presidente Vargas, que naquele ano tivera sua capacidade ampliada de 12 para 40 mil lugares.
O Ceará tinha um time formado desde o ano anterior, com seus torcedores sabendo “de cor” a escalação. Já o Tricolor da Barra havia reforçado a equipe, trazendo jogadores de fora do Estado.

O Vovô parecia que confirmaria o favoritismo, marcando com Marco Aurélio logo aos 13 minutos de partida. A alegria durou pouco. Aos 16, Edilson Araújo empatou numa penalidade e a primeira etapa terminou assim.

Na volta, o Ceará pressionava, tentando garantir o título arrastão (já que havia vencido os dois primeiros turnos) e o inédito tricampeonato. Porém, aos 30 minutos, Milton “Bailarino” marcou para o Peixe. O Ferrim estava com a mão na taça, já que vencia o jogo e jogava pelo empate.

Os Corais já comemoravam quando Gildo cabeceou para empatar a partida, já aos 42 minutos. Dramacidade pura. Alvinegros pressionando, Corais tentando segurar o resultado. Aos 44, no entanto, Lucena marcou o gol do título para o Ceará, que se sagrava tricampeão cearense 1961/62/63. Festa da torcida alvinegra e perplexão entre os corais, que se mantiveram estáticos, sem acreditar na derrota.

Surgiram boatos que alguns jogadores novatos do Ferroviário teriam facilitado a vitória adversária. Nada foi provado, mas dias depois o clube dispensou Ribamar, Nelson e Clóvis. É possível que os dirigentes corais tenham cometido injustiça com os três.

CEARÁ (CE) 3 X 2 FERROVIÁRIO (CE)
Data: 01/12/1963
Campeonato Cearense de 1963 / Decisão
Local: Estádio Presidente Vargas / Fortaleza
Renda: Cr$ 2.454.46 0,00
Arbitro: Lourálber Aurélio,
Auxiliares: Fernando Andrade e João Carlos Smith
Gols: Marco Aurélio, Gildo e Lucena; Edilson (pênalti) e Milton
FERROVIÁRIO: Ribamar, Pedrinho e Nelson; Zezinho, Gavillan e Clóvis; Macrino, Wellington Milton, Oliveira e Edilson.
CEARÁ: Aloísio Linhares, William e Alexandre; Zé Geraldo, Benício e Mauro; Carlito, Charuto, Gildo, Lucena e Marco Aurélio.

Em 1937, o Sul-Americano teve duas novidades: pela primeira vez foram realizados jogo noturnos e seis países se inscreveram. Foi um torneio cheio de alternâncias, como o instável Uruguai batendo a Argentina (dona da casa), mas perdendo de Paraguai e Chile, e o Paraguai vencendo o Uruguai, mas sendo derrotado pelo Peru.

No final, Brasil e Argentina se destacaram. Com jogadores como Niginho, Patesko, Carvalho Leite e Luizinho, a seleção brasileira chegou a última rodada com 100% de aproveitamento. Enquanto isso, a Argentina padecia da derrota para os cisplatinos e precisava de um triunfo para assegurar um jogo-extra.

Com um gol de García aos 3 minutos do segundo tempo, os platinos conseguiram a necessária vitória. A final foi marcada para o estádio do Gasómetro, que recebeu cerca de 80 mil espectadores. Foi um jogo tumultuado, que ficou interrompido por 40 minutos e terminou aos 41 do segundo tempo em 0 x 0. na prorrogação, De la Mata fez dois gols e deu o título aos argentinos.

ARGENTINA 2 X BRASIL
Data:
01/02/1937
Sul-Americano 1937
Local
: Estádio do Gasómetro / Buenos Aires
Público: 80 mil
Árbitro: Luis Alberto Mirabal (URU)
Gols: De la Mata (04/2º da prorrogação) e De la Mata (7/2º da prorrogação)
ARGENTINA: Bello; Tarrío e Fazio; Sastre, Lazzatti e Martínez; Guaita, Varallo (De la Mata), Zozaya (Ferreyra), Cherro (Peucelle) e García
BRASIL: Jurandir; Carnera e Jaú; Britto, Brandão e Afonsinho; Roberto (Carreiro), Luizinho (Bahia), Cardeal (Carvalho Leite), Tim e Patesko

Foi sensacional a decisão do segundo turno do campeonato alagoano de 1976. Uma decisão que culminou com uma estupenda vitória do Regatas sobre o CSA por 3x2, gols de Joãozinho Paulista para os alvi rubros e Almir para os azulinos. Todo jogo foi desenvolvido num clima de suspense, já que o CSA jogava pelo empate e foi responsável pelo gol inaugural da partida aos 24 minutos da fase inicial, através de Almir. Joãozinho Paulista empatou aos 35, ampliou para 2x1 aos 8 minutos do segundo tempo e fez 3x1 aos 24. O CSA descontou para 3x2 aos 43 minutos. Tudo isso com um belo trabalho do arbitro Sebastião Canuto, auxiliado por Pedro Rufino e Juarez Inácio. O clássico rendeu 879.901 cruzeiros.

Apesar de receber o primeiro gol, o CRB teve a calma necessária para modificar o placar e chegar a grande vitória que lhe valeu o titulo de campeão do segundo turno. A etapa inicial o CSA foi melhor no meio campo e muito bom nas arrancadas de Enio Oliveira. Quando fez um a zero, o clube azulino deu a impressão que logo liquidaria seu adversário.

Entretanto, depois do gol de Almir, o CRB cresceu de produção, passou a dominar o meio campo e cuidou de marcar os tentos para garantir o titulo do segundo turno. O atacante Joãozinho Paulista foi o responsável pela virada regateana, fazendo três gols. Ele brilhou intensamente fazendo três gols de muita classe e demonstrando um oportunismo fora do comum, principalmente porque não é normal um só jogador fazer três gols em um clássico.

O CSA não foi o mesmo time de outras decisões, principalmente porque não existiu bem em termos ofensivo, como um Ferreti que foi anulado por Fifi. Apenas Enio Oliveira terminou sendo a figura mais positiva do ataque azulino. De dominador no primeiro tempo, o CSA passou a ser dominado na fase final, sendo surpreendido pelo oportunismo do jovem Joãozinho Paulista, o dono da festa.

A torcida alvi rubra fez um carnaval, comemorando o titulo e a queda da longa invencibilidade do CSA. Com bandeiras, e charangas os alvi rubros percorreram várias ruas da cidade, aliviada com a sensacional vitória.

CRB (AL) 3 x 2 CSA (AL)
Data: 05/07/1976
Local: Estádio Trapichão
Àrbitro: Sebastião Canuto
Auxiliares: Pedro Rufino e Juarez Inácio
Renda: 879.901 cruzeiros
Gols: Joãozinho Paulista (3) e Almir (2)
CRB:Cesar, Espinosa, Pires, Fifi e Flávio, Deco, Djair e Alex, Roberval (Antonio Carlos), Joãozinho Paulista e Silva (Ditinho).
CSA: Dida, Oliveira, Zé Preta, Rogério e Waldeci, Bruno, Roberto Menezes e Almir, Enio Oliveira, Ferreti (Helio) e Serginho (Jorginho Siri).

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